O problema moral central da sociedade do conhecimento será a responsabilidade dos instruídos, os homens de conhecimento. Historicamente, os homens de conhecimento não têm estado no poder, pelo menos no Ocidente. Têm sido ornamentos. Se tiveram qualquer papel ao lado dos poderosos, terá sido o de bobos da corte. Havia tão pouca verdade, historicamente, na máxima de que “o dinheiro é mais poderosos do que a espada”, que ela só pode ser chamada de o “ópio dos intelectuais”. O conhecimento era bonito. Era um conforto para os aflitos e uma alegria para os ricos que podiam dar-se o luxo de adquiri-lo. Mas não trazia o poder. De fato, até recentemente, a única posição para o conhecimento preparava a era de empregados dos poderosos. Oxford e Cambridge, até meados do século XIX, treinavam clérigos; as universidades européias treinavam servidores públicos. As escolas de administração dos Estados Unidos, fundadas há menos de um século, têm preparado empregados bem treinados, em lugar de empreendedores.
Meu mais novo Livro. 'Intolerância Religiosa: Uma tragédia em nome de Deus'. "Na China, se adotou a adoração de um único Deus, e no entanto tolera as superstições do Budismo. Os jesuítas foram de lá expulsos por serem eles os intolerantes. No Japão, doze religiões se estabeleceram pacificamente, tornando-se um dos países mais tolerantes. Na Pensilvânia a discórdia e a controvérsia são esquecidas em prol da construção de uma pátria feliz. Enfim, a tolerância jamais suscitou guerra, enquanto que a intolerância cobriu a terra de chacinas".
INTRODUÇÃO DO LIVRO INTOLERÂNCIA RELIGIOSA. Em um mundo dominado por ideologias e sistemas sociais conflitantes, o debate sobre os deméritos relativos de cada um ou de ambos era normal. O capitalismo, o socialismo, o comunismo, o anti-imperialismo e o anticomunismo estava a favor ou contra algum aspecto conhecido da realidade. Esse confronto dominou a política e o discurso no mundo, tornando impossível institucionalizar a rotina de desinformação ou não-informação que prevalece hoje: quanto menos você saber, mais facilmente será manipulado. Com o triunfo de uma ideologia e o colapso total da outra, o espaço para o debate e a dissensão estreitou-se drasticamente. Logo após os atentados de 11 de setembro de 2001, o presidente dos Estados Unidos (EUA), George W. Bush, convocou o mundo a participar de uma “cruzada” contra o terrorismo. Ele foi advertido de imediato de que cometera enorme gafe: a palavra irritou muitos muçulmanos, porque remetia ao episódio histórico em que, na idade média, os cristãos europeus organizaram expedições militares para propagar sua religião e desalojar os muçulmanos dos territórios que dominavam no Oriente. Se alguém quiser ser tolerado, precisa usar de tolerância. Se alguém quiser liberdade religiosa, precisará concedê-la a outros. Se alguém quiser ser compreendido, terá de tentar compreender ao próximo. Se alguém quiser desfrutar de paz, precisará promover a paz entre seus semelhantes. Essas são questões fundamentais, mas os preconceitos religiosos, com frequência, manifestam-se com maior força que a razão. Acima da mera tolerância, brilha a compreensão, e acima de ambas rebrilha a lei do amor. O intolerante desconhece quase inteiramente a compreensão, e menos ainda conhece o amor. De fato, o ódio teológico, para algumas pessoas, aparece como se fosse uma virtude. E não há ódio tão intenso e persistente quanto o ódio teológico. Os homens chegam a matar por causa da teologia, e pensam estar prestando a Deus um serviço. Os homens escrevem grossos volumes em favor do ódio teológico, pensando que a arrogância religiosa é sinônimo de espiritualidade. A tolerância, de fato, é uma virtude espiritual, mas é apenas um ponto inicial na estrada do amor com que devemos amar ao próximo como a nós mesmos. Assim, ser tolerante é ser compreensivo ao ponto de permitirmos que outros creiam o que creem sem procurarmos prejudicá-los ou tratá-los de forma amarga. A tolerância consiste em um estado permanente de boa vontade, dando margem às diferenças que vemos em outros, mesmo que discordemos dessas diferenças. Consiste em permitirmos que outras pessoas promovam as suas ideias, sem tentarmos restringir suas atividades, o que é precisamente a atitude que nós esperamos da parte dos outros. Ser tolerante é não usar de amargura e espírito de censura.
O problema moral central da sociedade do conhecimento será a responsabilidade dos instruídos, os homens de conhecimento.
ResponderExcluirHistoricamente, os homens de conhecimento não têm estado no poder, pelo menos no Ocidente. Têm sido ornamentos. Se tiveram qualquer papel ao lado dos poderosos, terá sido o de bobos da corte. Havia tão pouca verdade, historicamente, na máxima de que “o dinheiro é mais poderosos do que a espada”, que ela só pode ser chamada de o “ópio dos intelectuais”. O conhecimento era bonito. Era um conforto para os aflitos e uma alegria para os ricos que podiam dar-se o luxo de adquiri-lo. Mas não trazia o poder. De fato, até recentemente, a única posição para o conhecimento preparava a era de empregados dos poderosos. Oxford e Cambridge, até meados do século XIX, treinavam clérigos; as universidades européias treinavam servidores públicos. As escolas de administração dos Estados Unidos, fundadas há menos de um século, têm preparado empregados bem treinados, em lugar de empreendedores.
Meu mais novo Livro.
ResponderExcluir'Intolerância Religiosa: Uma tragédia em nome de Deus'.
"Na China, se adotou a adoração de um único Deus, e no entanto tolera as superstições do Budismo. Os jesuítas foram de lá expulsos por serem eles os intolerantes. No Japão, doze religiões se estabeleceram pacificamente, tornando-se um dos países mais tolerantes. Na Pensilvânia a discórdia e a controvérsia são esquecidas em prol da construção de uma pátria feliz. Enfim, a tolerância jamais suscitou guerra, enquanto que a intolerância cobriu a terra de chacinas".
INTRODUÇÃO DO LIVRO INTOLERÂNCIA RELIGIOSA.
ResponderExcluirEm um mundo dominado por ideologias e sistemas sociais conflitantes, o debate sobre os deméritos relativos de cada um ou de ambos era normal. O capitalismo, o socialismo, o comunismo, o anti-imperialismo e o anticomunismo estava a favor ou contra algum aspecto conhecido da realidade. Esse confronto dominou a política e o discurso no mundo, tornando impossível institucionalizar a rotina de desinformação ou não-informação que prevalece hoje: quanto menos você saber, mais facilmente será manipulado. Com o triunfo de uma ideologia e o colapso total da outra, o espaço para o debate e a dissensão estreitou-se drasticamente.
Logo após os atentados de 11 de setembro de 2001, o presidente dos Estados Unidos (EUA), George W. Bush, convocou o mundo a participar de uma “cruzada” contra o terrorismo. Ele foi advertido de imediato de que cometera enorme gafe: a palavra irritou muitos muçulmanos, porque remetia ao episódio histórico em que, na idade média, os cristãos europeus organizaram expedições militares para propagar sua religião e desalojar os muçulmanos dos territórios que dominavam no Oriente.
Se alguém quiser ser tolerado, precisa usar de tolerância. Se alguém quiser liberdade religiosa, precisará concedê-la a outros. Se alguém quiser ser compreendido, terá de tentar compreender ao próximo. Se alguém quiser desfrutar de paz, precisará promover a paz entre seus semelhantes.
Essas são questões fundamentais, mas os preconceitos religiosos, com frequência, manifestam-se com maior força que a razão. Acima da mera tolerância, brilha a compreensão, e acima de ambas rebrilha a lei do amor.
O intolerante desconhece quase inteiramente a compreensão, e menos ainda conhece o amor. De fato, o ódio teológico, para algumas pessoas, aparece como se fosse uma virtude. E não há ódio tão intenso e persistente quanto o ódio teológico. Os homens chegam a matar por causa da teologia, e pensam estar prestando a Deus um serviço. Os homens escrevem grossos volumes em favor do ódio teológico, pensando que a arrogância religiosa é sinônimo de espiritualidade.
A tolerância, de fato, é uma virtude espiritual, mas é apenas um ponto inicial na estrada do amor com que devemos amar ao próximo como a nós mesmos. Assim, ser tolerante é ser compreensivo ao ponto de permitirmos que outros creiam o que creem sem procurarmos prejudicá-los ou tratá-los de forma amarga. A tolerância consiste em um estado permanente de boa vontade, dando margem às diferenças que vemos em outros, mesmo que discordemos dessas diferenças. Consiste em permitirmos que outras pessoas promovam as suas ideias, sem tentarmos restringir suas atividades, o que é precisamente a atitude que nós esperamos da parte dos outros. Ser tolerante é não usar de amargura e espírito de censura.